Sou fumante, mas longe de fazer apologia ao cigarro.
O Cigarro faz mal, aliás, o cigarro mata. A fumaça do cigarro incomoda quem não fuma. Até o cheiro do cigarro em uma pessoa que acabou de fumar, incomoda também. "Bitucas" de cigarro deixam a rua feia. A fumaça do cigarro prejudicam o meio ambiente. Fumantes doentes oneram o erário tomando leitos nos hospitais.
Então parece lógico realmente os representantes do povo tomar medidas para banir o cigarro ou no mínimo desestimular seu consumo. Não-fumantes não precisam passar pelo incômodo da fumaça. Fumantes precisam ser protegidos, mesmo que seja deles mesmo. por causa dessa lei, muitos fumantes pararam de fumar. Diversos não-fumantes pararam de ter tal incômodo, e ter sua saúde afetada sem sua vontade.Point taken.
Seguindo esse pensamento, nossos representantes poderiam ir além, e cuidar um pouco mais de nós mesmos. Nos proteger nem que seja das nossas más atitudes.
Que tal desestimular também o consumo da cerveja? Cerveja faz mal. Aliás, cerveja mata, a quem bebe e a outrem. O bêbado incomoda quem não bebe. Indo além, quem aqui parou de dirigir depois de tomar uma? Pronto, vamos sancionar uma lei que faça o cara beber só em casa.
Que tal desestimular também os alimentos que aumentam o colesterol? Colesterol alto faz mal. Aliás, colesterol alto mata.
Que tal desestimular também os alimentos que aumentam a diabetes? Diabetes faz mal. Aliás, Diabetes mata.
Que tal desistimular também os alimentos que aumentam a _________? _________ faz mal. Aliás, _________ mata.
Ainda nessa linha, o ideal eram leis para desestimular com todo vício e compulsão. Que o cigarro seja o começo dessa cruzada. É lógico, não? Não, não é.
Não é função do governo decidir o que é melhor pra nós, nos tratar como crianças. Cada um tem o direito pra fazer pra si o que desejar, seja fumar, beber, comer carne vermelha, escutar metal, fazer sexo, fumar maconha, contanto que, isso sim, tenha informações suficientes das conseqüências que vai lhe trazer e não incomode a outros.
Criar área de fumantes e não fumantes, Blitz pra pegar quem dirige bêbado, campanha pela camisinha, isso é justo. Proibir cigarro, cerveja, fechar casas de programa, já é intrusivo demais.
O problema é que isso virou populismo. Os políticos estão tratando isso justamente como promoção própria, pra torná-los um tipo de símbolo pró-saúde. Dom Eduardo já se acha símbolo do meio ambiente já faz tempo...essa escalada é nada mais que natural. Vamos deixar de ser hipócritas. Que atire a primeira pedra quem não tem seus vícios/compulsões que não incomodem a ninguém.
Sérgio Cavalcante
5 comentários:
Do direito de fumar (15/12/2005):
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u356152.shtml
Eflúvios mortais (30/07/2009):
http://www1.folha.uol.com.br/folha/pensata/helioschwartsman/ult510u602086.shtml
Seu texto está ótimo.
Apesar de não concordar com a maior parte do conteúdo, o estilo está bacana e a argumentação muito lógica e coerente.
O que EU acho:
Eu acredito que seja importante o Estado, e/ou a Sociedade Civil organizada, criar estratégias para desestimular comportamentos autodestrutivos.
Carne vermelha, alimentos transgênicos, gordurosos em excesso, espessantes, acidulantes, aromatizantes, fumaça de carro, fumaça de gente, poeira que entope pulmões, coca-cola, drogas, prostituição, calça jeans que polui..., sou a favor de estratégias que combatam tudo isso e muito mais.
O pensamento é simples e soa conservador, mas é o seguinte: Se há uma ratoeira armada numa casa escura, todos estão correndo risco.
A casa escura, pra mim, é o mundo.
A vida perderia a graça ? Claro que não.
Nós teríamos nossa criatividade estimulada para ter acesso ao proibido, e nos acharíamos ainda mais rebeldes por isso, o que, provavelmente, daria bastante sentido às nossas vidas.
cJc
p.s.: Ninguém ouse tocar no metal e no sexo.
Passamos aqui e deixamos um forte abraço.
Estive aqui.
Abração !!
cjc
Sérgio Cavalcante Disse:
Setembro 10, 2009 às 5:37 pm | Responder
s) hum?
r) Café e cigarro pode?
hehe
Entendi your point.
Realmente, é contraditório.
cjc
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